
Como Descrever um parto?
Certamente teremos muitas experiências para compartilhar e cada pessoa que vivenciar este momento terá a sua e, realmente, não é uma tarefa das mais fácies. Descrever um trabalho de parto, é tão intenso que, tenho certeza de que retornarei a este texto no futuro e poderei acrescentar mais coisa ainda. Que fique claro que este é o meu ponto de vista.
Há quem diga ser um misto ou turbilhão de emoções, como sou visceral, diria ser algo com um tsunami. Como assim? Um tsunami quando se forma geralmente ele vem precedido de vários sinais, um terremoto em alto mar, um recuo absurdo de maré, e logo em seguida ele vem devastando tudo, e o nosso trabalho de parto foi assim, mas no nosso caso foi uma pancada de felicidade.
Os dias que antecederam, foram dias de espera e de muita ansiedade, alguns alarmes falsos, noites muito mal dormidas, e a cada sinal mais claro que a hora estava chegando o coração batia mais forte.
E quando o grande dia do trabalho de parto oficial chegou, já estávamos mais calmos e preparados. Só para variar começou que horas? Exatamente de madrugada, e resistimos bem em casa, fomos para maternidade por volta das 4:00 da madrugada. Chegamos sem correria, nossa equipe médica já estava na maternidade, fomos examinados e a dilatação ainda era pequena, por volta de 3cm, mas preferimos ficar por lá mesmo, até mesmo por uma questão de deslocamento.
E a cada hora passada as contrações vinham mais fortes, e realmente parece ser como os profissionais costumam dizer “ como um onda” ela vem, você precisa mergulhar para ela não te derrubar, segura que logo ela vai passar, mas precisamos dela para evoluirmos, então é ressignificar a dor e lembrar que ela vai trazer uma vida!
E esse ser vem vindo, bem lentamente, sempre monitorado , tudo bem programado pela equipe que nos assistia. Equipe esta que a todo tempo acreditou e nos deu confiança e carinho necessários para seguirmos com confiança. Era um olhar, uma mão no obro, pequenos gestos que nos deixavam cheios novamente.
Chegamos ao esperado momento da exaustão, onde achamos por segundos, agora não vai dar, e sim é normal, fomos para analgesia com 9cm de dilatação, voltamos renovados.
Foi realmente um momento bem decisivo, onde realmente eu achei que não iria conseguir, e não poderia transparecer, se não todo trabalho de parto poderia se encerar ali!
Até que a nossa doula, parece ter percebido e veio ao meu encontro, e disse algo do tipo: está tudo correndo muito bem! está ótimo! ele está descendo lentamente. E logo em seguida a médica pede para chamar a pediatra. Era o que eu precisava ouvir. Agora realmente ele vai chegar ( nem consigo digitar direito agora! minhas mãos ainda tremem de lembrar a sensação).
E fomos nos para a banheira, a procura da posição ideal, que nunca se sabe qual é, só na hora mesmo, o corpo da um sinal e é aquela mesma. Karol conseguiu se encontrar, e quando foi 14:18 ele nasceu.
Aí nem consigo descrever mais, uma coisa de louco vê-lo chegar da forma que foi, você vai vendo como tudo tem a mão de Deus. Em três contrações ele estava fora. Que hora! Que alívio! A linguagem corporal muda, o mundo volta a girar!
E cortar o cordão umbilical é mais que um simples corte, cortamos um elo de nós mesmo, não seremos mais os mesmos. Seremos agora um Pai e uma Mãe eternamente em treinamento, aprendendo todos os dias, e deixando a nossa antiga forma de pensar para trás.
Agora nossa família cresceu! Graças a Deus por permitir essa Benção.
O nosso muito obrigado a nossa equipe: Dra. Maria Angélica, Ana Paula (enfermeira obstétrica) e Ana Paula Spina nossa grande amiga e Doula! Vocês foram incríveis.
Esse não foi o um relato de um pai, mas sim, do Pai do Dante!
Um grande abraço !